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“Era uma vez...uma família reconstituída”


Quem não se lembra dos contos da nossa infância em que as personagens principais eram a Branca de Neve e a Gata Borralheira? O que ambas têm em comum? Duas personagens femininas bonitas e indefesas, qualidades que aliciam o Principe Encantado a salvá-las no seu cavalo branco das garras da Bruxa Má que, por sua vez, é descrita como a madrasta invejosa e traiçoeira...


Pois bem, se formos a pensar melhor nesta imagem da Madrasta porque é que tem que ser má e ainda por cima transformar-se em bruxa velha com uma verruga no nariz, se a única coisa que fez foi ter-se casado com o pai da personagem principal? Até nos contos de encantar surgem situações em que um dos progenitores fica viúvo ou se separa, casando-se e formando uma nova família...


Passando do mundo da fantasia para a realidade desde sempre existiram as chamadas Famílias Reconstituídas em que encontramos uma mulher com filhos que se casa com um homem sem filhos, ou vice-versa, ou uma mulher com filhos que se casa com um homem também com filhos. Nesta nova família podem nascer mais crianças filhas de ambos, formando uma fratria composta pelos “meus, os teus e os nossos”. Como se reunissemos, numa mesma casa, diferentes pessoas que têm em comum uma “mochila” individual de princípios e valores em que o principal desafio é partilharem e integrarem estas suas histórias.


Há um luto que tem que ser realizado – pelo progenitor desaparecido – e há uma aceitação que tem que ser feita – relativamente aos elementos que entram de novo. Cabe à madrasta/padrasto promover e incentivar essa aceitação, não assumindo o papel do progenitor ausente.


Se os adultos deixarem e os filhos quiserem é possível continuar a ter os dois pais mesmo que só se viva com um deles e, possivelmente, com um padrasto ou uma madrasta. O que é importante é que os filhos possam fazer o luto pela família passada e que preservem uma imagem positiva de ambos os pais e que possam ficar tranquilos relativamente à disponibilidade e acessibilidade de cada uma dessas figuras.

Aos adultos compete desmistificar a imagem da madrasta/padrasto que vem nos contos de encantar...e sim repensar este novo papel como um desafio para formar uma nova família. Além disso, também podem pensar na nova relação como outra oportunidade, não só pelo lado emocional e afectivo de se voltarem a apaixonar, mas também de repensar o que gostariam de fazer e de receber de diferente neste relacionamento.


Adaptado de Madalena Alarcão, (des) Equilíbrios Familiares



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